[:en]Quaternaglia 25[:pb]1- Uma antiga forma que nunca existiu[:]

[:en]Welcome to QGQ’s new website! As part of the celebration of our silver jubilee, we have created the segment Quaternaglia 25: in the course of 2017, we will produce a total of 25 posts recounting the history of the group and its music. While these posts will be initially available only in Portuguese, we hope to be able to translate them soon.[:pb]

Bem-vindos ao novo site do QGQ! Como parte da celebração do nosso Jubileu de Prata, criamos a seção Quaternaglia 25: serão 25 postagens ao longo de 2017 contando um pouco da história do grupo e de sua música. Hoje o tema é a origem e os primeiros passos do Quaternaglia.

Do primeiro encontro, no apartamento de Eduardo Fleury (na rua Caio Prado, em São Paulo), participaram Sidney Molina, o próprio Eduardo, Daniel Clementi e Guilherme de Camargo, e foi com essa formação que o Quaternaglia estreou em 11 de junho de 1992, em um concerto ao ar livre no belo Pátio da Cruz da PUC-SP. O concerto integrou uma série que homenageava a ECO-92, Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, evento internacional de grandes proporções que se realizava no Brasil naquela semana. Nesse primeiro concerto o quarteto alternou transcrições de Praetorius e Haendel com peças tocadas em duos, e encerrou com a Toccata, de Leo Brouwer. Àquela altura, os quatro estudavam com Edelton Gloeden, que foi o orientador do ensemble nos primeiros anos.

A primeira apresentação com repertório integral para quarteto de violões, entretanto, só ocorreu em 20 de novembro do mesmo ano, na “Sala Aylton Escobar” do Conservatório Brooklin Paulista (então com sede na Rua Roque Petrella), escola dirigida por Sígrido Levental. Nesse concerto já atuou Breno%2dv0Chaves, que havia substituído Guilherme de Camargo. Pouco tempo antes – e já com Breno – o quarteto havia recebido a sua primeira premiação, o “Troféu Uirapuru” no Concurso de Música de Câmara da Faculdade Santa Marcelina (que teve a pianista Yara Bernette como presidente do juri).

Em 1993 o Quaternaglia fez a sua primeira turnê, uma extensa série de concertos no interior de São Paulo (“Violões no Interior”), patrocinada pelo banco Banespa. Foi quando começou o gosto – que persiste até hoje – por estradas, viagens de carro, longos almoços e muita conversa.

No final do ano, uma outra mudança: com a entrada de Fabio Ramazzina (no lugar de Daniel Clementi), o grupo chegou, enfim, a uma formação estável – Breno Chaves, Eduardo Fleury, Fabio Ramazzina e Sidney Molina – que perduraria até 1999. A estreia da nova formação foi também a primeira apresentação do quarteto no Rio clash royale hack 2017 apk de Janeiro, no início de 1994.

Frequentemente as pessoas se perguntam acerca da origem do nome Quaternaglia. Além da atração two digits game pelo som e pela grafia da palavra, não houve, na origem, nenhuma razão especial para a escolha; provavelmente foi apenas a melhor dentre as opções que se apresentaram…Mas, a posteriori, foi possível traçar as suas origens linguísticas.

O numeral latino “quattuor” produziu o adjetivo “quaternus”, e este “quaternarius” que, em português, resultou em “quaternário”. Já a terminação latina “-ALIA” é, normalmente, um antigo neutro plural. Com a posterior palatalização do “L”, temos em português a escrita “LH”, equivalente ao italiano “GLI”, ambos com a mesma pronúncia. Por exemplo: em italiano temos “famiglia”; já em português, apesar de pronunciarmos “familha” (similar ao italiano), ainda mantemos a forma latina de escrita, “família”.

QUATERNAGLIA, portanto, teria de ser o plural (na grafia italiana) da forma latina “QUATERNALE”: assim, para um “quaternale”, teríamos dois, três ou quatro “quaternalia” (latim), “quaternalha” (português) ou “quaternaglia” (italiano). Mas, como essa forma (“quaternale”) nunca existiu, a palavra QUATERNAGLIA – assim como a análoga TROPICÁLIA – é a aplicação rigorosa de um processo de transformação antigo e legítimo a algo totalmente inédito e novo. Seguiu assim mesmo: QUATERNAGLIA.

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